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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ouça o que lhe escrevo

_ O que te passas Seu poeta, porque te calas?
_ Ah, os sentidos estão perdidos, é sórdida a ilusão.
_ Mas não são vocês poetas que tudo descrevem e nos mostram o sentido?
_ Menino! Não se engane, somos reles nessa imensidão 
e nada podemos, o mundo já vai tão cedo...
_ Ah! Não te cales Seu poeta, grita em versos aos nossos olhos,
 mostra-nos a saída... Transceda nossas pobres almas ... Acalma-nos!
_ Menino tolo! O que esperas ? Que lhe traga salvação? 
Essa parte não me cabe, não tenho dom de previsão 
e se queres uma saída não e de poetas que precisas.
Precisas mesmo é de Profetas que anunciam a verdade,
verdade Unica que não se acha em qualquer vão,
verdade essa que atravessa alma, espirito, medula e coração.
_ Onde Seu poeta? Onde esta, já que o dizes?
_ Menino, além do manto negro há brilho intenso, 
corre teus olhos ao alto, eleve por si só teu pobre coração, 
voe no silêncio mas deixe em casa a razão,
se queres encontrar o que lhe digo e, achas crédito nos meus escritos...
Feche teus olhos e cala tuas vozes. Acredite...Somente acredite!
Mas antes, deixe os meus versos de canto, leva contigo o livro dos sábios,
ouça o que escreveram os Profetas. Encontrarás o calvário!
O que transcede o tempo e a lógica, esse te mostrará o caminho.
Ele é o próprio caminho! Se o encontrares não o perca, 
é Dele que provem todas as fontes, e que Dele bebe, sacia-se para sempre.
_ E como sabes disse Seu poeta?
_ Menino Tolo ...
... Silêncio...

Luiz Cabal


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