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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desencanto



Cantou pra longe
a lamuria de viver
não há abrigo
para os cansados
Voou ao deserto
e quis morrer só
só que só não se morre
ainda que seja pó
Cantou ao vento
seu ultimo desejo
mas sem gracejo
ficou ao relento
Voltou a voar
rumou ao céu
subiu tão alto
até fatigar
Faltou-lhe o fôlego
surtou em suicídio
desgosto em ser tão livre
caiu decidido
A não mais cantar
nem a vida e desencanto
nem mesmo o pranto
de seu pobre fim
E quis morrer só
só que só não se morre
morre-se sempre
com outros muitos
dentro de si.


Luiz Cabal

Um comentário:

  1. HAHA mais um pouco e vc chega em Algusto dos Anjos... sou fã dele rs!!!! keep writing

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